quinta-feira, 26 de julho de 2012

Os angolanos e as perguntas


Crianças: como em todo lugar, na Angola também são bem curiosas
Sempre soube que eu seria alguém diferente aqui em Luanda. Caucasiana, com traços bem italianos, com certeza sou alguém que se destaca onde chega. Bem, como sou muito comunicativa, as pessoas se sentem livres para me fazer algumas perguntas bem interessantes. Resolvi falar sobre estes diálogos com vocês. 

A primeira coisa que me perguntam quando entro em alguma loja ou mesmo quando visito escolas é se sou Madre (freira). Toda mulher branca que anda de saia e frequenta a casa das irmãs é para eles uma Madre. Nem adianta explicar que você não é.

Até aí tudo bem. Uma pergunta que me surpreendeu: seu cabelo é de verdade? Aqui a maioria das mulheres usa cabelos artificiais. As crianças ficam encantadas com o meu cabelo, muitas querem tocar, outras são um pouco mais ousadas e puxam mesmo! Esses penteados lindos que vemos são elas mesmas que fazem e trançam, porém o cabelo quase sempre é comprado.

Agora uma pergunta absurda: você é chinesa? Há muitos chineses em Angola. A maioria dos homens trabalha na construção civil e as mulheres são vendedoras ambulantes.

Questionam porque não tenho filhos. Não entra na cabeça deles que é comum para nós não termos filhos, se assim escolhermos. Para a maioria, mulher precisa ter filhos e muitos, não apenas um. E chamam comumente as pessoas de pai, mãe ou mamás; não de senhor e senhora como nós brasileiros chamamos.

Algumas perguntas sobre o Brasil me intrigam bastante, as ouço quase todos os dias: o Brasil é assim mesmo tão violento, como mostram na TV Record? Todo mundo no Brasil joga futebol?

Não tenho respostas para todas as perguntas. Muito pelo contrário, estou tão cheia de indagações quanto eles. Vou pesquisando, perguntando e tentando responder o que eu sei ou o que acho que sei.

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